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Mensagem por Emin Murat Roosevelt Qua Jul 01, 2020 10:36 pm

A cozinha é típica das casas norte-americanas, seguindo o conceito aberto. Há um balcão com uma pedra de mármore branca que divide o espaço entre ela e a sala de jantar. Sobre esse balcão ficam alguns utensílios domésticos leves como o liquidificador, batedeira e cafeteira. Do lado oposto, há uma pia de metal, uma geladeira cinza com tela touchscreen e filtro de água, um armário para guardar objetos de cozinha e também um pequeno fogão de quatro bocas embutido na bancada ao lado da pia e também uma máquina de lavar louças. No mesmo cômodo, separado da área de preparo de alimentos, há uma cristaleira de madeira e vidro onde há porcelanas e cristais vindos da Turquia e outros pontos da Ásia, que são um "xodó" de Emin, uma lembrança da sua antiga vida com sua família turca em Las Vegas.
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Mensagem por Emin Murat Roosevelt Qui Jul 02, 2020 12:40 am

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Eu estava pegando algumas fotografias para analisar no escritório da minha casa. Tinha os equipamentos para revelá-las melhor e encontrar detalhes que outros detetives não encontrariam. Nem bem cheguei ao quarto para deixar as coisas, ouvi um barulho muito alto do lado de baixo, era como um móvel muito grande ou cheio caindo no chão e se estilhaçando. A primeira coisa que pensei foi que se tratava de Remington e ele podia ter se acidentado. Saí correndo pela escada em espiral, ideia dele e que eu odiava, diga-se de passagem. Ao alcançar a cozinha, vi o rapaz se erguendo e indo lavar a mão cortada na pia da cozinha.

— Remi, está tudo bem? O que foi isso? — perguntei, mas só pra me certificar mesmo, porque os cortes pareciam ser apenas superficiais.

Quando olhei para o chão, minha segunda pergunta foi respondida. A porta da cristaleira da cozinha se abriu e um jogo de xícaras de porcelana chinesa estava completamente estilhaçado no chão. Era um dos itens mais caros daquela coleção, valia pelo menos uns 800 dólares, agora completamente rasgados e queimados. Isso sem contar o valor sentimental, já que foi presente de uma amiga muito querida do meu pai que já faleceu.

— Por Fortuna, você sabe o quanto isso vale?! — reclamei, recolhendo os cacos como se fossem o corpo de um ser humano.

— Pois veja você onde eu tropecei! — reclamou o filho de Somnia.

Ele apontou então para uma mala que eu havia deixado no chão. Estava cheia de tralhas que um ferreiro me deu no Acampamento Júpiter que poderiam ser úteis em casa. Mas não achei um lugar pra colocar, por isso ficou na entrada da cozinha até Remington colocar em algum lugar, era ele quem decidia essas coisas mesmo.

— Era só prestar mais atenção... — falei baixinho enquanto pegava os cacos.
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Mensagem por Remington G. Roosevelt Qui Jul 02, 2020 1:28 am


WHEN I WAS OLDER, I WAS A SAILOR ON THE OPEN SEA
O dia não havia sido fácil para Remington. Na verdade, havia um bom tempo que as coisas em sua vida não estavam tão agradáveis. Seu emprego dos sonhos na Polícia de São Francisco ao lado de seu marido vinha se tornando mais e mais exaustivo e nada recompensador. Formado em psicologia, o homem usava seu conhecimento técnico junto aos seus dons semidivinos para investigar os sonhos de criminosos, suspeitos e vítimas e obter respostas para os casos. No entanto, os problemas que vinha tendo em casa pelo casamento, tornavam o clima no trabalho um tanto quanto chato.

E um constante estado de chatice, para qualquer um, eventualmente, se torna insuportável.

Naquela noite, uma tempestade previamente planejada assolava todo o Acampamento Júpiter. A ventania e chuva fortes deixavam o clima noturno turbulento e, ao mesmo tempo, nostálgico. Roosevelt estava em seu escritório lendo um livro aleatório que comprara em um sebo de Nova Roma. Era um conjunto de parábolas e, nele, havia uma que o filho de Somnia adorava: a história do cálice refletido no riacho.

No conto, um rei oferecia uma fortuna a quem mergulhasse no riacho e recuperasse o cálice que reluzia em seu fundo. Contudo, todos que o faziam morriam afogados pela força da correnteza. Certo dia, um jovem rapaz decidiu realizar o desafio para tentar salvar seu avô enfermo que precisava de remédios. Contudo, o velho o alertou de que aquilo não era preciso. De acordo com o homem, as pessoas morriam porque não conseguiam enxergar a situação por outro ângulo. Ainda assim, o garoto foi até o riacho e se preparou para saltar.

Todavia, antes de pular na água, o menino se lembrou das palavras do avô e percebeu algo. Havia uma árvore em um penhasco do outro lado da margem. Curioso, ele deu a volta até lá e notou um brilho estranho nos galhos. Ao subir na árvore, viu que o cálice estava lá o tempo inteiro e que o sol o fazia reluzir na água e, por isso, ninguém nunca pudera pegá-lo; era impossível, a menos que se tentasse enxergar a situação por outro ângulo...

Remington já estava, em sua concepção, saturado de tentar fazer aquilo. As coisas já não mais davam certo entre ele e Emin e, por mais que tentasse enxergar o lado do marido, ainda assim não sentia mais firmeza em seu comprometimento. E isso apenas se comprovou quando Remin, ao interromper a leitura para preparar um café, tropeçou em uma mala deixada no meio do caminho da cozinha, quebrou a cristaleira com as louças que Murat tanto amava e este, surpreendentemente, se preocupou mais com o valor dos bens materiais que com o machucado que fizera na mão pela queda.

— Era só você não ser um folgado preguiçoso e desleixado que isso não aconteceria. Que porra de mala é essa? — Gerrard falou, enquanto lavava a mão para avaliar os danos. — Para de trazer essas tralhas aqui pra casa, ou se for trazer age igual adulto e arruma elas. — Seu tom não era nada agradável.

O corte tinha sido superficial e tudo o que precisou fazer foi usar um pano para parar o sangramento fraco. — Estou cansado disso tudo, não aguento mais — sussurrou, encarando a pia à sua frente.
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Mensagem por Emin Murat Roosevelt Qui Jul 02, 2020 7:24 pm

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Eu não tinha interesse nas tralhas dentro da mala. Elas iam servir como decoração, como utensílios e objetos que seriam muito mais do uso de Remington que de mim. Eu estava tentando salvar aquele casamento, mas ele não contribuía. Tudo que eu fazia, mesmo que nas intenções certas, estava errado na ótica dele. Ele só procurava os ângulos em que eu fosse errado, em que eu fosse o grande obstáculo da vida dele. Tudo o que ele quer ele não consegue por causa de mim. Era claro que ele provavelmente só estava comigo por pura preguiça ou porque sabia que ele estava errado e outra pessoa jamais iria suportar o jeito isolado e viciado em limpeza dele.

— Essas tralhas eu trouxe pensando em você, seu ingrato! Quero facilitar a sua vida, mas você não quer, você quer que eu seja o grande peso que te impede de seguir em frente! — desabafei, jogando um caco no chão e o estilhaçando ainda mais. — Você nunca se abriu pra mim, nunca foi sincero, você só abre a boca pra falar o quanto me odeia!

A essa altura, meus olhos estavam vermelhos e marejados. Era tão dolorido, tão agonizante e angustiante ver que Remington já não me suportava mais. Como poderia uma história tão linda acabar assim? O que eu fiz de tão errado aos deuses pra eles me castigarem daquela forma? Fiquei em pé e chutei os cacos do chão, usando a manga da minha blusa pra enxugar as lágrimas, fungando pra disfarçar o choro. Peguei a mala do chão e a atirei no quintal, disposto a me livrar dela o quanto antes.

— Acha que em outro lugar vai ser diferente, Remington? Onde você for, vai procurar o lado ruim das coisas. — afirmei, em resposta ao comentário dele sobre não me aguentar mais. — Eu também não suporto mais não ter paz pra agir como quero na minha casa, que eu comprei, com meu dinheiro.
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Mensagem por Remington G. Roosevelt Qui Jul 02, 2020 7:43 pm


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Saturado de tudo aquilo, Remington se moveu até o marido e, com a mão ilesa, apertou seu braço. O filho de Somnia encarou o outro com uma expressão de ira e descontentamento simultaneamente — de um jeito que só ele sabia fazer. Estava de fato irado, pois não concordava com nada do que Emin dizia e, para piorar, sentia-se traído pelas acusações do homem. Para Gerrard, Murat deveria entender seu jeito, afinal, este não mudara em nada durante as décadas em que estiveram juntos.

— Eu só não te larguei ainda porque tenho pena de você. — Apertou o braço de Emin com mais força, antes de o soltar e se afastar um pouco. — Essa casa é tão minha quanto sua, não se esqueça disso. E se você é alguém hoje em dia foi porque eu te ajudei. Pensa bem antes de falar merda. Não vai encontrar ninguém que te aguente aí fora.

As palavras foram disparadas aos poucos e com pausas mais ou menos lentas. Roosevelt tinha o costume de pressionar o marido em momentos como aquele. Ele reconhecia seus atos abusivos, mas se sentia injustiçado demais para não os fazer. Afinal, Emin também sabia ser babaca quando queria — toda aquela situação era um bom exemplo disso. Já não havia mais como para o psicólogo simplesmente empurrar aquela relação com a barriga e fingir que o tempo os ajudaria. Não era assim que as coisas funcionavam e ele, mais do que ninguém, sabia disso.

A vontade que tinha era de simplesmente ir embora, contudo, não abriria mão de tudo o que conquistara por uma pessoa que detestava.

Remington pegou um dos cacos do chão e o esmagou dentro de sua própria mão. — É assim que me sinto com você. Esmagando porcelana com a mão. Não dá mais. Eu quero o divórcio — declarou.
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Mensagem por Emin Murat Roosevelt Qui Jul 02, 2020 8:02 pm

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Meu marido já não era mais meu marido há meses. Desde quando brigamos naquela festa de aniversário e ele quase me bateu, eu sabia que não tinha mais salvação. Eu sentia o quanto ele me odiava, o quanto ele me desprezava. Mas ainda assim, fiquei preso ali porque acreditava, e ainda acredito, que a culpa é minha. Talvez se eu tivesse colocado as cuecas sujas na lavanderia, talvez se eu não tivesse colocado a cristaleira ali, talvez se eu tivesse limpado a piscina quando ele pediu e não quando a água já estava verde, talvez... e só talvez, meu relacionamento estaria bem. Mas eu não fiz nada disso e a especialidade de Remington era me lembrar que eu me enfiei naquele buraco.

— Eu sou a porcelana que você esmaga todo maldito dia em que você está do meu lado. — eu repliquei, no mesmo tom dele, com raiva, com ódio por tudo que ele fez comigo. — Todo dia eu acordo quebrado e me recomponho sozinho pra no fim do dia você chegar com as suas mãos e me quebrar, me despedaçar, só pelo prazer de me ver sofrer. Eu quero você longe da minha casa.

Aquilo era uma aceitação do divórcio. Era dolorido e ao mesmo tempo uma alívio saber que eu podia expulsá-lo dali. A casa era minha, ele podia levar o que tinha dentro dela, eu compraria coisas novas. Eu não queria mais olhar para nada que pudesse me lembrar da existência daquele rato. Eu estava com tanta raiva que ao me soltar de Remington, me abaixei para cuspir na cozinha, porque eu estava espumando de ódio e dor.

— Leva o que você quiser daqui, eu quero que você vá embora com tudo que me lembra você e que você perca tudo! Tudo! Porque é isso que você merece, você não merece ser feliz! — gritei, foi o único momento que ergui minha voz para meu marido. — Eu desejo que você passe por tudo que me fez passar, e isso é a pior coisa que eu poderia desejar pra alguém!
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Mensagem por Remington G. Roosevelt Qui Jul 02, 2020 8:18 pm


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O rosto de Remington ficou vermelho de ódio. Era absurdo, para ele, escutar o filho de Fortuna falar aquelas coisas. Já que este último não fazia ideia de como ele se sentia. Para Emin, Remi era o grande vilão e culpado por tudo de errado que acontecera no casamento. Sendo que, na visão do suposto vilão, as coisas eram o completo oposto. Ao menos aquilo finalmente acabaria.

— Quer saber? Não vou levar nada. Taca fogo ou faz o que quiser. Você é desprezível, nojento e digno de pena. — Gerrard apontou o dedo para a cara de Emin, — Você estragou a minha vida e ainda se aproveitou do nome da minha família pra comprar essa porra de casa. Pega ela e enfia no cu, inferno.

O romano, assim mesmo, voltou à pia para lavar a mão que tinha intencionalmente ferido. Depois, foi ao armário de utensílios e pegou um papel toalha aleatório para cobrir ambas as mãos. Com sua carteira no bolso, pegou uma camisa de frio que estava pendurado em uma cadeira próxima ao balcão do cômodo. Após a vestir, encarou aquele que um dia foi o amor da sua vida uma última vez. As lágrimas do filho de Somnia caíram involuntariamente, sem que ele sequer percebesse.

— Você foi o maior erro da minha vida. Mas não te desejo coisas ruins. Sua mera existência já é ruim o bastante pra esse mundo — falou, antes de sair da cozinha e, em seguida, da casa.

Aquela seria a primeira noite do homem dormindo em uma outra cama em décadas. Restava saber se seus sonhos seriam melhores que os que tinha em seu antigo lar...
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