[MvP Autonarrada] Alyssa vs. Harpia

O treinamento matinal daquele dia consistia em um combate a monstros. Estava tudo indo bem até tirarmos na sorte qual monstro cada um deveria enfrentar e irmos um a um desafiar nossos holo-oponentes. Eu havia ficado com uma harpia, uma criatura relativamente fraca pelo que haviam dito. O instrutor apenas havia solicitado que tomasse cuidado porque o monstro poderia ser um tanto rápido quando voando e seus ataques eram bastante perigosos para alguém pouco resistente. Assenti e disse que tomaria cuidado, agradecendo ao conselho.

Quando chegou minha vez, me adiantei para a pequena arena que usávamos nos Campos de Marte para o treinamento. O arco longo estava em minhas mãos e já contava com uma flecha descansando nele, apesar de estar abaixado e ainda não ter puxado a corda para o disparo. Meus olhos avaliavam a criatura por alguns segundos, mas eu não tinha conhecimento suficiente sobre tal criatura para perceber nada em específico dela. Apenas podia supor que atacava durante os voos e que talvez fosse uma boa ideia ferir suas asas.

— Maldito passarinho gigante...

Reclamei em voz baixa e em um inglês britânico pesado, mas a criatura pareceu ouvir e se virou para me encarar. Até aquele momento, parecia em dúvida se atacava a mim ou alguém com cheiro mais interessante. Imaginava que a combinação de um perfume natural com o cheiro fraco de Arcus me tornava uma refeição pouco atraente para a criatura, todavia a “ofensa” pareceu fazer com que ela mudasse de ideia sobre aquilo.

— Passarinho?!

Sua voz era aguda e estava obviamente irritada com meu “elogio” a sua aparência. Foi pouco educado, eu sabia, mas realmente ela lembrava uma galinha voadora. Não era minha culpa que olhava para ela e imaginava se poderia comer um frango a passarinho no almoço! Eu aproveitei seu momento de raiva que o monstro estava para erguer o arco e disparar uma flecha contra ela. O ímpeto de raiva da criatura dificultou sua esquiva e não foi rápida o suficiente para se defender de outro modo, porém, ao mesmo tempo que a seta lhe causou dano, suas garras fizeram um corte em minha face. Ainda havia tentado me esquivar, porém não foi o suficiente para não tomar o golpe. A ardência e a dor do machucado me alertaram para o fato de que eu não podia “dar mole” com aquele monstro.

Em pleno ar, a criatura se virou para mim e piou, mas, antes de se lançar novamente contra mim, usou algumas penas e suas asas para atrapalhar minha visão. Ao todo, eram quatro penas que vieram em minha direção. Por serem apenas distração e para - eu imaginava - me fazer ir para onde queria, nenhuma delas realmente chegou a me ferir. Ao menos não de forma grave, queria dizer. Porque senti o tecido da camisa do acampamento e minha pele sendo cortados por pelo menos duas.

Como uma reação involuntária, concentrei energia em minha mão e lancei contra ela uma pequena esfera de chamas multicoloridas. Se minha flecha mal havia ferido ela — ao menos em comparação ao quanto ela conseguiu me ferir —, as chamas conseguiram ter um efeito ainda mais insignificante. Praguejei baixo, sem saber porque diabos os monstros sempre pareciam muito mais fortes do que os semideuses.

O ataque seguinte da harpia foi tentar me bicar, mas a perda de algumas penas fez com que perdesse o equilíbrio em voo. A mulher-ave então pousou, depois de ter feito apenas alguns cortes rasos em minha pele. Recuei alguns passos, de olho nela, ciente de que para um arqueiro a proximidade era ruim. Quando me viu me movendo para me afastar, a harpia voltou a voar para me atacar mais. Atirar a flecha na pressa foi uma ideia terrível e acabei errando o disparo. O que deu brecha para a criatura investir contra mim e me golpear com uma mordida no ombro.

Os olhos estavam marejados pela dor e puxei uma flecha da aljava, fincando na barriga do monstro como uma forma de me defender. Sabia que as flechas não haviam sido feitas para serem usadas como um punhal, porém o que poderia fazer se não tinha outra arma para tal proximidade? O monstro piou e a dor do golpe fez com que me soltasse, recuando. Estava furiosa com o ferimento e até tentou me atacar novamente. Tendo visto que utilizar a flecha como arma próxima funcionava, aproveitei quando veio para cima para planejar o próximo golpe.

Quando a criatura pulou em mim, me abaixei enquanto levantava a flecha com a ponta voltada para a avê. O peso da criatura fez com que a flecha penetrasse mais nela. Esperei por alguns instantes, esperando o próximo golpe da criatura. Quando não atacou, olhei para trás e vi que a harpia havia desaparecido. Havia derrotado o monstro por pura sorte… Ou o instrutor havia decidido que já havia sido o suficiente e encerrado o treinamento.

Cansada e completamente machucada, foi preciso que me ajudassem a ir até alguma enfermaria devido a extensão verdadeira de meus danos.

Status Finais:

Cálculos:

Armas e Equipamentos:

Passivos:

Ativos: